Wednesday, January 28, 2009

Santa Luzia do Parua

20081223_santa_luzia_204Depois do primeiro fim-de-semana em São Luís, eu e Ines fomos para Santa Luzia do Paruá, onde minha mãe mora com o Zé Rubem na fazenda dela, a Fazenda Paraíso. Ela trabalha como pediatra em Santa Luzia, e o Ze Rubem cuida das fazendas (são fazendas de vacas leiteiras). Mamãe tinha ido para São Luís para me receber, e na segunda-feira de madrugada voltou para Santa Luzia. Na terça-feira eu, Ines, vovó e vovô fomos também, mas a viagem foi um pouco complicada – quando estávamos perto de chegar, a gente recebeu notícia que a minha tia Marla tinha tido um ataque de enxaquecas, tinha ido ao hospital, e que talvez tivesse um AVC (aneurismo?). Felizmente, no fim foi alarme falso, e continuamos a viagem.

Eu tinha dito pra Ines que uns dias na fazenda da minha mãe iria ser muito tranqüilo, uma chance para relaxar, já que lá não tinha nada pra fazer, no bom sentido – não tínhamos nenhum trabalho, não havia a correria do dia-a-dia... Infelizmente, não foi bem assim. Começava com os bichos às 6 da manhã berrando de fome, exigindo comida. Eram os cachorros, os passarinhos, as vacas mugindo de longe, mas principalmente os papagaios, que faziam uma algazarra e não se calavam até estarem de barriga cheia. Depois eram as moscas, que não nos deixavam voltar a dormir, com um zumbido constante em volta da cabeça. A gente dormia completamente coberto com um lençol para evitar que elas pousassem na gente. Houve uma invasão de moscas na fazenda que durou vários dias, e cobriu a casa toda de pontos pretos. Na hora da refeição então era um saco, tentando arranjar os ventiladores em melhor posição possível para espantar as moscas, e ainda assim ficar a refeição inteira abanando tudo. Dava vontade de fugir da casa, ir andar pelo mato, ir pra Santa Luzia, qualquer lugar longe das moscas. Mas infelizmente a gente passava a maior parte do tempo com as moscas mesmo.

Havia na fazenda um currupião, um pássaro amarelo e preto, bonito, e muito manso – adorava pousar na cabeça das pessoas, e deixava a gente pegar nele sem reclamar. Mas o mais interessante foi o que eu aprendi: que o canto dele é o hino nacional brasileiro. Quer dizer, o hino foi baseado no canto dele – e não apenas uma idéia, ou umas notas, foram dois versos inteiros. Ele canta exatamente como a gente assobia o hino. Se duvidarem, vejam no YouTube.

Na quinta feira, minha irmã também veio para a fazenda com o Rafael e as meninas, Luana (4 anos) e Sofia (quase 1), e aí definitivamente acabou o sossego. Ainda haviam uns poucos momentos de paz, logo após o almoço, quando a Ines, o Zé Rubem, Rafael e vovô desmaiavam nas redes. Mas o dia me parecia mais uma série de “batalhas”: começava com a batalha do café da manhã, com os preparativos, colocar a mesa, a afobação com a comida, a refeição em si, a luta contra as moscas, a limpeza, a arrumação. Logo depois era a batalha do almoço, dar comida pras meninas, mais moscas, mais afobação com a comida (parecia que tinha gente passando fome), uma correria. Depois da “sesta”, começava a batalha da tarde para sairmos de casa, que levava em média umas 4 horas para arrumar as meninas pra sair: o lanche de uma, banhar a outra, dar lanche pra segunda, banhar, jantar, mamar, cochilo, banhar de novo, até que finalmente estavam as duas prontas pra sair.

No fim do dia as coisas se aquietavam, com todo mundo sentado em frente da televisão vendo a novela das 8, que pelo visto era um vício. Ze Rubem e vovô se recusavam a perder um capítulo sequer da novela. Na quinta-feira houve uma cerimônia na câmara municipal para honrar o Zé Rubem (e mais 4 pessoas) como Cidadão de Santa Luzia do Paruá. Como era ocasião especial, a gente ia ficar para jantar na cidade, mas vovô vetou a idéia – queria voltar pra fazenda para ver a novela. Chegou ao ponto que eles deixaram de sair várias vezes para poder ver a novela. Mas o que foi engraçado mesmo é que não eram só eles – em todo o lado (e em Barreirinhas na semana seguinte), era tudo muito vazio nessa hora – estava todo mundo em casa vendo a novela. Uma vez em Barreirinhas, eu e a Ines entramos numa sorveteria (mamãe e Zé Rubem ficaram no hotel vendo a novela) e estava todo mundo grudado na televisão. Felizmente deu intervalo logo e nos atenderam.

Contaram-me que Santa Luzia tinha crescido um bocado desde a última vez que estive lá, há dois anos. Eu não percebi, mas é possível que seja porque eu não tivesse prestado atenção. Mas uma coisa a qual prestei atenção sim foi que há dois anos eu tinha ido a um lugar com Net na rodoviária; desta vez havia 3 lugares, e que agora se chamam “lan house”. E também notamos que havia uma proliferação de lojas de roupa – haviam muitas em volta da avenida principal (a BR). Até a Jailma, uma menina amiga de mamãe, tinha uma loja de roupas que era parada diária no programa da família.

20081223_santa_luzia_163 No domingo todo mundo foi embora, e logo depois as moscas morreram com um veneno novo. Paz! Finalmente deu para relaxar um pouco e explorar a fazenda. Mamãe e Zé Rubem compraram este ano uma fazenda nova de 200 hectares, a Dois, perto da outra fazenda de mamãe. A gente foi conhecer a fazenda a cavalo – eu e Ines a cavalo (só haviam dois), mamãe e Zé Rubem caminhando atrás. Infelizmente, a Ines conseguiu cair do cavalo! Na verdade, foi culpa do cavalo, que tropeçou e acabou jogando a Ines pra frente, que deu uma volta e caiu de costas no chão. Felizmente, não machucou muito, e no dia seguinte ela já estava bem o suficiente pra cair de moto. Dessa vez foi lerdeza dela mesmo. Era a primeira vez dela andando de moto. Quando ela foi tentar ligar a moto, ela não agüentou com o peso, e a moto caiu pro lado com ela, bem numa poça de lama, o que foi bom, já que lhe amorteceu a queda. Mas apesar dos acidentes, ela mostrou coragem e aprendeu a andar de moto, e no dia seguinte já estava no cavalo novamente. Desta vez ela pegou o cavalo maior, e melhor – o que tropeçava sobrou pra mim. A gente ainda passeou bastante, e a fazenda nova é muito bonita, muito verde, com morros e riachos. A Xuxa, a cadelinha da fazenda (pequena mesmo, só tinha um palmo de altura, dois de comprimento), seguiu a gente o dia todo. A gente andava no mato alto e ela disaparecia, e de repente ela decidia sair correndo e dando saltos enormes (parecia um coelho), perseguindo as vacas – estava a se divertir muito. Mas a maior loucura foi no fim do dia. Depois do passeio, o Zé Rubem voltou pra casa com os cavalos, a Ines foi no carro com mamãe, e eu levei a moto. E a Xuxa decidiu vir comigo – correndo! Nós estávamos a correr entre 35 e 40 km/h, e ela não apenas me acompanhava, ela me passava, pulava, atravessava o caminho... Por mais de um quilometro. Apesar da nossa preocupação, parecia que para ela isso não foi nada – ainda estava muito brincalhona em casa, apesar de estar morta de sede.

No dia seguinte voltamos para São Luís, para passar o natal com a família. Depois eu conto o resto!

Para ver as fotos desta viagem, clique aqui no na foto acima.

Saturday, January 17, 2009

O Rio de Janeiro Continua Lindo (2)

20081211_Rio_Luiz_e_Ines_016 Eu acabei de voltar da viagem de férias para o Brasil.  Eu fui com a Inês no começo de Dezembro; eu fiquei 4 semanas, e ela ficou 3 (ela tinha que voltar logo antes do Ano Novo, para trabalhar).  Meu orientador tinha insistido que eu só ficasse no máximo 4 semanas.  Assim que cheguei fui para o laboratório, para demonstrar que não tinha ficado no Brasil mais do que as 4 semanas.  Mas chegando lá, a reação dos meus colegas foi de "já?!" - pensavam que eu só voltava mais tarde, lá para o dia 10.  Quando falamos com o meu orientador, a reação dele também foi de "já?!" - pelo visto o pessoal está acostumado comigo me atrasando com a volta, ou voltando ao lab depois do que eu tinha dito quando era a viagem.  E pelo visto podia ter ficado um pouco mais no Brasil sem ninguém aqui notar.

Durante essa viagem, eu ia ter que renovar o meu visto  para os EUA, o que adicionou um bocado de complicações ao planejamento.  As viagens já estavam bem caras - a maioria dos dias estava a quase U$3000, mas com muita paciência (principalmente da Inês) dava para achar passagens na faixa dos U$1500.  Começamos a procurar passagens para as cidades com consulados americanos (Recife, São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro), mas estavam todas caríssimas (>R$1000 ida e volta, por pessoa), e também a gente perdia muito tempo com isso.  Tivemos a idéia de parar numa dessas cidades na viagem de ida - e como o Rio de Janeiro era o lugar mais interessante, resolvemos ir por lá.  São Paulo era ligeiramente mais barato, mas como a cidade é muito feia e ambos já estivemos lá, resolvemos que valia pagar um pouco a mais.  Assim a gente marcou uma tarde e um dia no Rio, com uma manhã para resolver a renovação do visto.  Meu avô é assinante de um programa chamado Montreal, no qual ela paga um valor todo mês e ganha um certo número de diárias em hotéis no Brasil inteiro.  Ele me deu duas diárias em um hotel na praia de Copacabana, o Debret, na Av. Atlântica, bem de frente para a praia.  O pessoal do hotel foi muito simpático, e nos ajudou a navegar a cidade (qual ônibus pegar, aonde ir de noite, etc...).

A viagem de ida para o Brasil foi um pouco contubarda - foi a viagem do "quase".  Quase tudo deu errado, mas incrivelmente deu tudo certo. Começou em Providence. A gente tinha que pegar um ônibus para Boston, onde iríamos pegar nosso avião. A gente chegou na estação de ônibus em cima da hora – a Inês foi correndo para o ônibus para pedir que nos esperassem, enquanto eu e o Michael (que ia levar o carro de volta pra casa) descarregávamos as malas. A gente carregou as malas no ônibus, e a inês comprou as passagens, e estava tudo certo, quando eu e a Ines voltamos pro carro só para pegar nossas mochilas e nos despedir do Michael, e o onibus começa a partir sem a gente! Lá vamos nós correndo atrás do onibus, abanando os braços e gritando para ele nos esperar. Felizmente ele não tinha andado muito ainda. O maior problema, entretanto, foi no aeroporto em Boston. Graças a uma tempestade entre Boston e Washington (nosso próximo destino), o avião que vinha de Washington e voltaria para lá está atrasado, e de acordo com a previsão provavelmente chegaríamos atrasados e perderíamos o vôo para o Rio. Se perdessemos o vôo, a gente ia ter que passar a noite em Washington, esperando pelo próximo vôo, 24 horas depois. Como era por causa do tempo, a United Airlines se recusava a ter responsabilidade por qualquer coisa – nem podiam pedir para o vôo para o Rio esperar, nem como iriam pagar hotel em Washington. Mas o pior mesmo é que se eu perdesse esse vôo, eu perdia a hora no consulado americano, e não ia poder renovar o visto – iria ter que viajar pra lá de novo depois, perdendo mais um monte de tempo e dinheiro, sem falar no dia já perdido no Rio a tôa. A gente reclamou bastante, argumentou que como eram várias pessoas no nosso vôo que também iam pro Rio (umas 8) eles deviam instruir o outro avião para nos esperar, mas os agentes da United disseram que não se fazia isso e se recusaram a fazer qualquer coisa – só disseram que o problema era nosso, e que se quisessemos arriscar, talvez ainda desse pra pegar o próximo vôo. Como não havia melhor solução, fomos, numa tensão enorme, torcendo pra chegar a tempo. Chegamos em Washington na hora marcada para decolagem, e ouvimos um aviso sobre o próximo vôo, que não conseguimos enteder nada. A aeromoça disse pra gente correr, e nós corremos, todos os 8 passageiros correndo para o portão de embarque, todos carregados com as malas de mão e casacos. A gente estava no terminal C6, indo para o D4. O C’s foram decrescendo até o 1, e eu pensei “beleza, só faltam mais uns 4”, quando vi que começava do topo – tínhamos que correr do D30 até o D4! Foram mais de meio quilometro, com subidas e corredores sem portões. Parecia uma maratona, a gente ia correndo num desespero, diminuindo para recuperar o folêgo, botando as malas de baixo do braço para correr melhor, jogando água na cara... a Ines ficou logo pra trás numa das subidas, mas desde que um de nós chegássemos, os outros entravam também. Chegou todo mundo, cansados, quase morrendo, bebendo e jogando água na cara – a Ines tava pra ter um troço, acho que demorou um bocado pra gente se recuperar totalmente. No fim das contas eles estavam esperando sim, e ainda ficaram esperando mais uns 15-20 minutos para que nossas malas chegassem. Deu uma raiva imensa da United (e das companhias aéreas americanas em geral, são todas iguais).

Infelizmente, as companhias brasileiras não parecem muito melhor. Depois da nossa estada no Rio (um dia e meio), nós íamos pegar um vôo no sábado de manhã cedo para Sao Luís. Aliás, dois vôos – eu e a Ines íamos separados, por alguma razão esotérica que só as companhias aéreas são capazes de desvendar, ficava mais barato assim. O problema é que aparentemente não haviam marcado um lugar pra Ines no vôo – parecia ter tido um problema de comunicação entre a o site em que compramos o bilhete (Expedia, da Microsoft) e a TAM. Então começa o ritual do agente de chamar alguém com mais experiência, que chama o supervisor, que chama seu supervisor, que leva todo mundo pra conferir noutro balcão, onde ficam olhando para um monitor e fazendo cara feia, até que 30 minutos depois voltam e dizem que tá tudo resolvido. Pelo menos isso! Daí partimos para São Luís, sem maiores problemas (apenas uns atrasos habituais). E chagamos, finalmente, sem ter tido nenhum problema a sério, ao nosso destino final, São Luís; e incrivelmente, com todas as malas!

No Rio de Janeiro, as coisas correram quase bem: estava chovendo. No primeiro dia o tempo ainda chegou a abrir, e deu para aproveitar, mas o segundo dia foi bem feio. A gente chegou no Rio ao meio dia da quinta-feira. A gente tinha planejado pegar o ônibus (um shuttle) para o hotel, mas quando chegamos na frente do aeroporto, um taxista veio nos oferecer uma corrida, e com desconto. Depois de verificarmos que ele realmente estava nos dando um bom preço, e nos certificarmos que não era enrolação, assalto ou rapto (perguntamos a outros taxistas), resolvemos ir de táxi. Numa viagem anterior ao Rio, tinha dado para ver as favelas no caminho entre o aeroporto e a cidade, e eu tinha ficado muito impressionado com a enormidade da situação. Infelizmente, o táxi foi por um caminho diferente, e a daí a Ines não pode ver as favelas. A gente ia ter que ver na volta. O motorista foi bem simpático, conversou bastante e nos contou um bocado sobre o que íamos passando. Também gostou muito do sotaque da Ines, e de perguntar sobre diferenças engraçadas entre o português de Portugal e do Brasil (por exemplo, bicha = fila e puto = criança). Nós fizemos o check-in no hotel, fomos almoçar num self-service perto do hotel, e depois fomos ao Citibank para pagar a taxa do consulado. Depois tínhamos o resto da tarde livre, e aproveitamos para ir ao Pão de Açúcar. Fomos de ônibus mesmo.

20081211_Rio_Luiz_e_Ines_061 O Pão de Açúcar demonstra o que há de melhor no Rio, na minha opinião: aquela geografia dramática, com morros e rochedos íngremes, baías e praias à volta, com a cidade imprensada entre os paredões e mar. A gente pega o teleférico na Praia Vermelha, sobe até o morro da Urca, e de lá pega o segundo teleférico para o topo do Pão de Açúcar. As vistas de cima de ambos são espetaculares – dá pra ver a cidade se espalhando entre os morros (com as favelas os subindo), o Corcovado com o Cristo Redentor em cima, a Baía de Guanabara. Só é pena que está um pouco nublado e a luz não é ideal para fotografias. Depois de uma hora lá em cima, começamos a descer, e vimos um mico (em inglês: “tamarin”) no morro da Urca. Também vimos um rapaz escalando o morro, e descobrimos que existem passeios que escalam o próprio Pão de Açúcar.

De noite saímos pra jantar no Boteco Informal, recomendado pelo guia Lonely Planet, mas a comida não estava nada boa. Na manhã seguinte fui ao Consulado Americano para renovar o meu visto. Correu tudo bem e foi tudo resolvido rapidamente, a minha entrevista era às 8:30 e às 10 já estava indo embora. O plano era pra Ines aproveitar e ir pra praia enquanto eu passava a manhã no consulado, mas lhe deu preguiça e ela ainda estava no quarto quando eu cheguei. A gente foi pra praia, mas o tempo estava nublado e muito feio. Dava pra ver da praia que haviam muitas nuvens em volta do Cristo Redentor, e resolvemos dar um tempo antes de tentar subir o Corcovado. A gente tentou entrar no famoso Copacaba Palace, mas havia um show da Madona na cidade, e ela estava hospedada lá. Na frente do hotel estava um multidão com máquinas apontadas pras janelas, tentando ver (e capturar) alguma coisa. Haviam repórteres acampados lá o tempo todo – na noite anterior eu passei em frente do Palace de táxi, e eles ainda estavam na calçada, de máquinas pro ar. Por causa disso tudo, o hotel só estava deixando hóspedes entrarem, e tivemos que desistir.

Nós fomos ao Corcovado depois do almoço, mas ainda parecia estar super nublado. Haviam vários serviços de táxi e vans particulares para fazer a subida, mas a gente decidiu fazer o passeio “tradicional” ao Cristo – pegar o ônibus para a estação do Cosme Velho, e de lá pegar o trem para o topo do Corcovado. O único problema é que o ônibus levou mais de uma hora pra chegar lá. Depois a gente descobriu que podíamos ter pegado o metro até bem perto da estação, e um ônibus para o último trecho – da próxima vez a gente já sabe. Chegando na estação, vimos que o tempo ainda estava ruim – eles têm um monitor mostrando o topo em tempo real, só que não dava pra ver nada, estava tudo branco, só de vez em quando aparecia alguma coisa. A gente esperou uma hora pra ver se melhorava, mas como não pareceu que ia abrir, decidimos subir assim mesmo. A viagem de trem foi lega, a vegetação do Corcovado é muito bonita e de vez em quando se tem boas vista, mas a medida que fomos chegando ao topo a névoa começou a aparecer e a engrossar, até que pareceu que estávamos entrando em uma nuvem. Quando saímos do trem estava chovendo mesmo, e com bastante vento. Assim que se sai do trem a gente sobe por um elevador (uns 2 andares), e lá em cima deu pra ver a situação – chuva, muito vento, e um grupo de umas 20 pessoas se espremendo debaixo de um toldo de uma lojinha ao pé da escada que sobe ao Cristo (+ 1 andar). A Ines entrou em pânico e ameaçou descer, mas eu a convenci a andar pra ver se agente achava algum lugar pra se abrigar da chuva. Passando em frente a lojinha e indo em direção aos banheiros vimos que tinha sim um barzinho no topo do Corcovado. Ele estava quase vazio – por que aquele povo todo estava se espremendo embaixo de um toldozinho quando podiam estar aqui sentados, abrigados e quentes, esperando a chuva passar? Não sei, mas foi isso que fizemos. A Ines estava com vergonha de ficar, mas eu a convenci que mesmo que só pedíssemos um café, ele era caro o suficiente para validar nossa estada ali. Quando o tempo melhorou um pouco, corremos para fora do bar rpa tentar ver alguma coisa enquanto desse.20081211_Rio_Luiz_e_Ines_106 A Ines teve a idéia brilhante de para na lojinha e comprar capas de chuva, o que nos salvou de ficar completamente encharcados depois. Finalmente chegamos ao Cristo, tiramos fotos, corremos em volta ver a cidade embaixo enquanto havia buracos nas nuvens, e tentamos aproveitar um pouco a vista. Infelizmente, depois de uns 20 minutos lá em cima, veio um funcionário avisar que estavam evacuando o Corcovado por causa da tempestade que estava começando. A chuva começou a aumentar novamente, e tivemos que pegar o trem de volta. Pelo menos tínhamos visto o Cristo de perto, ainda que debaixo d’água.

Nessa noite jantamos crepes no Yonza, também recomendado no guia, e quase tivemos uma overdose de queijo. O guia recomendava o crepe de picanha com gorgonzola – pedimos esse, e um de quatro queijos. A picanha era uma carne fatiada fina, parecia “pastrami”, e ambos os crepes eram carregados de queijo, ficou demais. O Lonely Planet não foi muito bom com suas recomendações gastronômicas – a gente deu mais sorte comento nos restaurantes self-service no almoço.

No dia seguinte fomos cedinho para o aeroporto, e seguimos para São Luís. O resto da viagem conto depois.

Para ver as fotos desta viagem, clique aqui no na foto acima.