Durante a viagem ao Brasil, tiramos uma semana para ir ao Ceará. Fomos eu, a Ines, mamãe e Zé Rubem (também era a primeira vez dele). Ficamos 3 dias em Jericoacoara, e 4 em Fortaleza (capital do Ceará). Minha mãe é de Fortaleza, e nós vamos pra lá regularmente (1 vez por ano?) desde que eu era pequeno.
A ida foi bem puxada. Pegamos um vôo de 1 hora as 3:50 da madrugada em São Luís para Fortaleza. Chegando lá, pegamos a "van" da pousada (fizemos reserva numa pousada muito boa que incluía transporte) as 6:30, viajamos 3:30 para Jijoca (uma vilazinha no interior do Ceará), de onde pegamos uma "jardineira" (um 4x4 aberto atrás) e viajamos 45 minutos por uma estrada de terra e dunas para Jericoacoara.
Jericoacoara ("Jeri") é uma cidadezinha turística no litoral leste do Ceará (em direção aos Lençóis Maranhense), com dunas grandes e uma praia muito "plana", ideal para o Windsurf. Havia muita gente fazendo windsurf lá - infelizmente a Ines tinha uma infecção no ouvido e não pudemos fazer. A cidade é bem pequena, só tem 3 ruas principais e pouco mais, mas é muito turística - quase todas as casa são pousadas, restaurantes ou lojas. Felizmente, a comercialização não é grande - parece mais que os lugares são operados por pessoas que vieram pra Jeri, se apaixonaram pelo lugar, e resolveram ficar, fazendo só o mínimo pra se sustentar e viver na praia. Um sinal disso é a enorme quantidade de estrangeiros e hippies. Na frente da pousada ficava a Barraca do Ivan, que parecia um bom exemplo da não-comercialização do turismo - ele é só um cara que veio, gostou do lugar, e montou uma barraca de bebidas pra poder viver lá - passa o tempo todo conversando com os clientes, é muito simpático, tem uma telivisão tocando DVDs de shows ótimos direto (a gente viu U2) e serve pastéis e sucos de fruta que são uma delícia!
Nossa pousada era a Recanto do Barão, mais cara do que o normal lá (~U$40 por pessoa por dia), mas muito bonita (tirei várias fotos, vejam o álbum). A gente escolheu ela por causa do pacote que incluía transporte, e buscavam a gente no aeroporto em Fortaleza. O pacote incluía um "Passeio Ecológico" no primeiro dia e uma parada na Lagoa Azul em Jijoca, no caminho de volta. O passeio ecológico era só uma caminhada até a pedra furada (que era só isso mesmo - mas a caminhada era bonita). Ao lado da cidade ficava a atração principal: a Duna do Pôr-do-Sol, uma duna gigante onde as pessoas se concentravam, em multidões, para assistir o pôr-do-Sol sobre o mar. Apesar de tudo ser muito bonito, confesso que fiquei um pouquinho decepcionado - pensei que Jeri ia ser muito mais paradisíaca! Pra quem já foi a Jeri, vale a pena ver as imagens de satélite do Google Earth - têm muita resolução e estão muito legais.
Em Jeri também tivemos nosso primeiro contato com uma das atrações principais do Ceará - o Forró. É uma dança do Nordeste brasileiro, e o Ceará é o centro do Forró brasileiro (Fortaleza sendo a capital). A Ines acha a dança parecida com a Salsa, só que mais rápida (e com o começo no 2). Mas esse era só um passo, no fim ela viu que tinha elementos parecidos com Merengue e Bachata também, e que haviam vários tipos de forró. Havia uma casa de Forró bem de frente a nossa pousada, e fomos lá dançar uma noite (na outra estava fechada). Mas a razão pela qual eu estava mais contente era que estavamos na companhia de um casal "expert" em forró - mamãe eu já sabia que era muito boa, mas descobri que o Zé Rubem também era bom e juntos eles davam show (até literalmente). Eles nos ensinaram um pouquinho, e a Ines pegou foi rápido. Eu admito que não aprendi tão bem, mas como já sabia um pouco de Salsa, deu pra dançar. Sei que é um pouco vergonhoso que eu não soubesse forró ainda, e que acabei aprendendo Salsa primeiro (nota aos estrangeiros: não temos salsa lá!), mas pelo menos estou finalmente aprendendo - o que faltava era uma parceira ;)
Depois de Jeri, voltamos a Fortaleza. Ficamos num hotel muito bom, o Comfort, e o café da manhã lá era enorme e ótimo (tinha um doce de goiaba delicioso) - o Zé Rubem especialmente gostou muito. Chegamos de tarde e fomos a Feirinha da Beira-mar, uma feira de artesanato no calçadão na praia. A Ines gostou bastante, mas infelizmente não tiramos nenhuma foto. No dia seguinte fomos a Cumbuco, uma praia fora de Fortaleza, onde pegamos um menino guia que nos levou as 4 lagoas da área. Depois fomos fazer o passeio de buggy - mas só eu e a Ines, não conseguimos convencer o Zé Rubem a vir com a gente (e mamãe já fez isso com a gente milhares de vezes). O buggy é um carrinho 4x4, aberto atrás, e a gente anda sentado sobre a parte detrás, enquando o carro corre subindo e descendo as dunas. O motorista pergunta se queremos o passeio "com ou sem emoção", o que define a velocidade e as "peripécias" que eles fazem nas dunas - nós pedimos com emoção, é claro. O motorista, aliás, foi super legal, contando histórias dos lugares, e comentando sobre a flora e literatura (!) local.
No dia seguinte fomos a Morro Branco (outra praia fora de Fortaleza), ver as falésias de areias coloridas, muito famosas. Eu sempre gosto de ir a Morro Branco, disse pra Ines que era parada obrigatória, principalmente porque gostava de brincar no "labirinto" (as reentrâncias das falésias) quando era menor. Lá em Morro Branco a gente foi visitar um casal de Portuguese que a Ines conhecia (eram vizinhos em Setúbal). Eles tinham uma casa lindíssima, e foram muito simpáticos - o Zé Rubem ficou muito impressionado com o quanto eles foram simpáticos. Acho que ele tinha a impressão que portugueses era chatos, e acho que essa impressão se foi :)
De noite fomos a Choperia Lupus ver um show de comédia da Rosicléia, mas não foi muito engraçado. A pobre da Ines, então, não aproveitou nada - não conseguiu entender o que estavam dizendo, acho que o "Cearês" foi demais pra ela. No terceiro dia fomos fazer compras, a Ines queria umas sandálias de salto alto, presentes pra levar pra Portugal, e bikinis. Passamos o dia todo nisso, mais uma visita a família - temos tias e primos em Fortaleza. De noite fomos a um show de forró, que foi ótimo. O show teve 2 bandas e foi no Armazém, um complexo com boate e área de eventos. Ficamos uns 20 minutos na boate, e depois vimos as bandas, que foram ótimas. No último dia fomos ao Mercado Central de manhã (outra feira de artesanatos) e passamos a tarde na Praia do Futuro, uma praia de Fortaleza mesmo. Zé Rubem ficou nos dizendo que morrem na média 11 pessoas por dia na Praia do Futuro (presumidamente durante as férias), por causa das correntes. Felizmente escapamos com vida.
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2 comments:
Bugue não é um veículo 4x4, trata-se de veículo construído em fibra, montado com chassis e mecânica volkswagen, com tração traseira.
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