Thursday, April 15, 2010

Comida Indiana

2008_India_Journal_Luiz_and_Ines_Cooking_Lesson_v2_opt A Ines acaba de partir para a India ontem, onde ela vai passar quase 3 semanas trabalhando no Tata Institute em Mumbai.  Ela foi trabalhar com o Michael, o colega com que ela trabalhava na Brown durante o doutoramento.  Estou com bastante inveja, porque ela vai passar essas 3 semanas comendo comida indiana, que é minha preferida. 

Como eu sempre digo quando me perguntam, o que faz falta dos Estados Unidos é a disponibilidade de restaurantes internacionais, de boa qualidade e razoavelmente baratos.  Eu e a Ines começamos a procurar restaurantes tailandeses e indianos aqui em Portugal, mas eles têm sido apenas razoáveis (com excessão de um dos tailandeses, que era bom mesmo), e com preço alto.  É como a Ines diz: como os Americanos não tinham comida boa, o jeito era importar; já em Portugal…

Bem, apesar de não achar bons restaurantes indianos aqui em Portugal, ainda dá para cozinhar em casa:  achei um mercado com várias lojinhas indianas, e deu para reencher o estoque.  Agora só falta o tempo.

Quando eu fui para a India com a Ines em 2008, nós fizemos um pequeno curso (1 dia) de culinária em Udaipur.  O curso foi com a mulher do dono do hotel – eles nos levaram para a casa deles, juntos com mais uns dois casais, onde passamos a manhã aprendendo a fazer vários pratos indianos, que comemos no almoço.  Claro que só aprendemos mesmo porque eu passei o tempo todo fazendo perguntas e pedindo para fazer as coisas eu mesmo (“posso rolar a massa?”, “as bolinhas são assim?”, “deiza eu ver a consistência disso”, etc…) enquanto os outros só olhavam.  E claro que só nos lembramos de alguma coisa porque a Ines anotou tudo em detalhe no nosso diário de viagem.

Para verem as receitas que aprendemos, é só clicar aqui ou na foto acima para abrir o nosso diário de viagem.  Também podem vê-lo na seção “Luiz’s Stuff”, no link na barra direita do meu blog ou na minha homepage.

Sunday, April 11, 2010

Xenônio!

DSCF3989Depois de 6 anos trabalhando com detectores de Xenônio líquido em experimentos de detecção de matéria negra, finalmente o vi, ao vivo e a cores.  O xenônio (ou xenon, em inglês e em Portugal) só é líquido em temperaturas muito baixas.  O detector XENON10, com o qual trabalhei na Itália, usave xenônio líquido com uma temperatura de 96 graus negativos, a 1.2 atmosferas de pressão.  Como é caro (1000 dólares por litro, na época), nós só o utilizamos em equipamento muito fechados para evitar perdas, ao contrário do nitrogênio líquido, que é barato e pode ser colocado em containers abertos e com o qual estudantes de física normalmente brincam nos labs, “flash-freezing” frutas e insetos.  Em condições normais, é impossível ver o xenônio.  Entretanto, no meu shift no experimento ZEPLIN-III na Inglaterra em fevereiro, eu usei um equipamento chamado Electron Lifetime Monitor (ELM), usado para medir a pureza do xenônio, e ele tem uma pequena janela de quartzo que permitia ver o xenônio!  Afinal, é um líquido transparente, sem cor, tal como água, mas com uma consistência parecida com álcool – enfim, não era muito interessante.  Mas ainda assim foi legal vê-lo, já que graças a este líquido que temos os detectores XENON10, ZEPLIN-III e LUX, ferramentas incrivelmente potentes em um dos campos mais importantes da astrofísica atual, a busca por matéria escura.

No meu último shift no ZEPLIN-III, fiquei quase uma hora tentando tirar uma boa foto do líquido.  O desafio era manualmente focar a superfície do líquido, dentro do detector, através da janela de quartzo.  Infelizmente, a máquina fotográfica estava sem bateria, de maneira que eu podia tirar somente uma ou duas fotos antes dela morrer, e aí eu tinha que tirar as pilhas, esperar um minuto, coloca-las na máquina novamente, e tentar focar e tirar as fotos novamente – se eu pudesse ter tirado 3 fotos seguidas sem perder o foco de uma para outra, eu tinha terminado em minutos.  Também não ajudo muito que a janela do ELM era pequena (do tamanho de uma moeda de 1 real, ou 2 euros) e mal iluminada.  Mas enfim, consegui.  O engraçado é que quando meus colegas viram as fotos, eles imediatamente pediram cópias, e começaram a mandar a outros colegas – as fotos foram um sucesso com o grupo, e acabei mandando colocando-a no site do grupo.  Pelo menos a sessão fotográfica de uma hora não foi completamente perdida.  Acima está a melhor das fotos, que também mostra a beleza da engenharia do ZEPLIN, no qual grande parte dos componentes é feito de cobre e tem essa cor e design um bocado “steampunk”.