Monday, April 24, 2006

Fim de Semana

Finalmente um fim-de-semana relaxado - um fim-de-semana de verdade! Tive que trabalhar um pouco, e tive um "plantão" no domingo a noite até segunda de manhã, e por isso resolvi não viajar, ficar em Paganica (onde estou morando) mesmo e descansar, que dias como estes são raros.

No Sábado passei a manhã em casa lendo, e boa parte da tarde almoçando. Não que eu tenha comido muito, mas foi um almoço demorado e long. Eu estava indo comprar uma pizza para um almoço rápido, quando encontrei um pessoal do experimento XENON e saímos pra almoçar juntos. Fomos a este restaurante no campo, um pouco fora da cidade, que o Alfredo (que é de Paganica) recomendou. O lugar é bonito, entre dois riozinhos, com muita árvores, bem rústico. Como o Alfredo conhecia os donos, trataram a gente super-bem. Nem menu trouxeram: o dono veio e disse que ele ia escolher e preparar o nosso almoço. A entrada foi um prato de presunto defumado, queijo, torrada com patê. O "primo" (o primeiro prato - massa) foi gnocchi e fettucine, e o "secondo" (o prato principal, a carne) foi lingüiça, carneiro e porco na brasa. A comida foi cara, mas valeu apena. Já vi que vou ter que desistir de gastar pouco se eu quiser comer bem aqui na Itália. Quando cheguei em casa já eram umas 4:30. De lá eu fui pra praça com meu laptop pra comer sorvete e começar a escrever isto. É muito legal, eu na Itália, sentado numa "gelateria", comendo sorvete, escrevendo no meu laptop e admirando a paisagem de montanhas cobertas de neve. Vida boa...

No Domingo resolvi subir uma das montanhas. Chamei o Angel e fomos pra Funivia, de onde começam as trilhas de motanhismo. Gran Sasso é uma serra, e sua strutura principal é um planalto com algumas motanhas em cima, e o pico mais alto destas montanhas é o Corno Grande, com quase 3km de altura. A área de motanhismo fica logo atrás do lab. Nós subimos boa parte do planalto (1km na vertical), mas não chegamos ao topo, porque o caminho estava bloqueado com neve. Talvez desse pra contornar os campos com neve, mas isso devia demorar e a gente não tinha comida, água ou tempo suficiente. Nós tínhamos começado tarde, e eu tinha que trabalhar de noite, e decidimos tentar outra vez quando a neve já tivesse deterretido.

Ah, e quase que ia me esquecendo: no caminho de volta, Angel pisou numa cobra! Eu vinha atrás dele, e de repente vejo algo se movendo e fazendo barulho de onde ele tinha acabado de pisar. Era uma cobra, me encarando e fazendo aquele barulho que as cobras fazem (silvo?). Eu chego mais perto pra tirar foto mas ela resolve fugir antes que eu pegue ela com um galho de árvore. Foi legal.

Clique aqui ou na foto acima para ver o álbum de fotos. Posted by Picasa

Monday, April 17, 2006

Ines, a doida

 Esta é a Ines, a doida portuguesa. A gente estava conversando na internet, e ela me diz já tem algumas fotos da viagem pra Veneza (que ela fez logo depois da viagem a Florença). Eu peço pra ela me mostrar algumas, e ela diz que tem uma foto que ela tirou só pra mim, e me manda uma foto. Quando eu abro o arquivo, está esta foto! Posted by Picasa

Roma, Parte Due

Finalmente tivemos um Fim-de-Semana de verdade, sem trabalho nenhum. O experimento teve um problema na Quinta-Feira, e depois dos PostDocs implorarem bastante, a Elena "permitiu" que a gente tivesse o Sábado e Domingo de "folga" (Segunda-Feira é feriado aqui na Itália, mas logicamente isso não conta para o experimento XENON).
Eu, Angel, e Simon (o Francês, PostDoc novo da Brown) fomos a Roma. A nossa primeira parada foi a Capela Sistina, mas não pudemos entrar porque havia uma fila de 1km para a entrada - e eu não estou exagerando! A fila começa na porta para o Museu do Vaticano, que fica numa ponta do Vaticano, dá a volta nas muralhas do Vaticano, e vai até a entrada lateral da Piazza di San Pietro, que fica na outra ponta do Vaticano. Era enorme! Quando alcançamos o fim da fila, vimos que já estávamos praticamente na Piazza di San Pietro, e então fomos pra lá. Havia também uma fila enorme para entrar na Basílica (dava uma volta completa na Piazza, dobrava e dava mais 1/4 de volta). Felizmente eu e o Angel já tinhamos visto a Basílica da outra vez, então não perdemos nada.
De lá fomos para o Castello Sant'Angelo, e sumbimos para o topo da torre principal, onde haviam vistas lindíssimas da cidade.
Subimos para a Piazza del Popolo, que era muito bonita, especialmente uma das fontes que foi feita em vários andares e subia um morro. Vimos lá a Chiesa di Santa Maria del Popolo, que tinha pinturas do Caravaggio e esculturas (e pirâmides!) do Bernini. Gostei bastante das esculturas de anjos sentados en arcos no teto da igreja, ficou um efeito legal.
Depois fomos a Vila Borghese, um parque com muitos jardins, fontes, esculturas, e museus. Como o dia estava muito bonito, com céu azul e muito quente, foi um passeio bom. Infelizmente, foi um passeio muito longo, e quando chegamos no Museu Borghese (no outro fim do parque), eles já não tinham mais ingressos. Também ficou muito tarde para irmos ao Fórum Romano (o Centro Antigo da cidade, cheio de ruínas romanas), que eu só tinha visto por fora da última vez e queria muito entrar desta vez. Fica pra próxima.
Ficamos a passear pelo Cento Histórico, passamos pela fonte de Trevi, onde esperamos as luzes se acenderem no fim da tarde, passamos pela Piazza di Spagna (onde as pessoas vão para "verem e serem vistas"), que estava lotada de gente, e finalmente no Colesseo, já no escuro (a iluminação era bonita).
Desta vez a comida foi um pouco melhor do que a última viagem a Roma. Em vez de irmos a restaurantes aleatoriamente, sentamos e procuramos no guia um lugar que parecesse bom pra comer. O almoço foi no Difronte, onde eu comi um raviolli que estava mais ou menos e muito pequeno (apesar do guia ter dito que as porções eram grandes). De noite jantamos no "La Base" (não lembro bem o nome, estava no guia do Simon), um "Diner" estilo americano, mas com pizzas e massa bem Romanas. As pizzas estavam muito boas, e bem baratas também (uma raridade em Roma). Ah, e quase que ia me esquecendo: comi bastante sorvete também, que aliás estava muito bom (mas não tanto quanto o de Florença) - até agora, a melhor comida da Itália.

Para ver as fotos, clique aqui ou na foto acima. Posted by Picasa

Monday, April 10, 2006

Florença, com Ines

Semana passada prepararam a rotação de "plantões" no lab, e vi que eu não ia ter um fim-de-semana - tinha plantão de Sexta a noite ao Sabado de manhã, e no Domingo o dia inteiro. Então quando percebi que pelo menos ia ter a Sexta de dia de folga, fugi na quinta a noite e fui me encontrar com a Ines em Florença, que tinha ido pra lá passear depois de terminar um "Congresso" de Teoria de Cordas em Trieste (no norte da Itália).

Não foi uma coisa muito bem planejada, foram 3 horas dirigindo (no carro que compartilho com o grupo da Brown) de Gran Sasso pra Florença, mais 1 hora pra achar o hotel - a cidade é super complicada, e cheia de ruas de mão única, sempre na direção conrária! Pelo menos deu pra ver algumas ruínas romanas enquanto estava perdido. Finalmente cheguei lá, e logo de entrada já fui vendo como a cidade é bonita, com as pontes antigas, muitos casarões, muitas praças, de arquitetura muito bonita. Não tem a abundancia de estátuas e arte em geral que Roma tem, mas ainda sim é belíssima. No dia sequinte andamos bastante pela cidade. Primeiro fomos a biblioteca dos Medici, onde acabei pisando numa obra do Michelangelo (era uma escada). Vimos o Duomo, a Catedral principal da cidade, com uma cúpula gigantesca, e com a façada de mármore muito colorida e cheia de estátuas. Depois fomos a Piazza della Signoria, o centro histórico/político da cidade, onde ficam o palácio do governo e vários prédios da burocracia local, inclusive um prédio de escritórios dos Medici, a família que controlava a cidade durante a Renascença e que patrocinou o Michelangelo. Na Piazza fomos ao museu do Ufizi (o antigo escritório dos Medici), que tem a maior concentração de arte da Itália. Quando ele foi construído, os Medici reservaram o segundo andar exclusivamente para colocar obras de arte, para servir de inspiração ao trabalho. No museu havia vimos quadros de da Vinci, Michelangelo, Rafael, e outros. Na Piazza vimos várias estátuas famosas, entre elas o David de Michelangelo. Quer dizer, vimos as cópias, porque as originais foram levadas para dentro de museus, para protegê-las do tempo e de pessoas. Aliás, o mesmo aconteceu com várias das estátuas na cidade, como as do Duomo.

A comida, tanto o almoço quanto jantar, não foi nada boa, mas pelo menos comemos um sorvete que estava uma delícia (melhor coisa que já comi aqui na Itália, ams infelizmente não lembro o nome), e que comemos na Piazza della Signoria enquanto admirávamos as esculturas. Passamos o resto do dia a ver a cidade, igrejas, e o Palazzo Vecchio (mas só o lobby, a entrada era muito cara). Eu tinha uma conferência por telefone para participar as 6 da tarde, e devia ter voltado para Gran Sasso, mas o Peter (estudante da Brown, a gente divide o apartamento em Paganica) me deu a idéia de ligar via Skype. Então eu achei um Internet Café, liguei meu laptop e Webcam, e participei da conferência de Florença. Ninguém soube! Acabamos o dia indo ver o pôr-do-sol na Piazzale Michelangelo, que tinha uma vista espetacular da cidade, e principalmente do Duomo, muito maior que os outro prédios da cidade. Depois fui deixar a Ines na estação de trem, porque ela ia para Veneza passar dois dias e pegar o avião de volta para os EUA. Eu voltei para Gran Sasso, depois de mais uma hora perdido em Florença.

Clique aqui ou na foto acima para ver o Álbum de Fotos Posted by Picasa

Sunday, April 02, 2006

Roma

The experiment had some problems on Wednesday, and we had to stop it to fix it. Normally that would be good news, because it would take a couple of days to fix it and we wouldn't be able to start until Friday or Saturday, guaranteing the free weekend. Normally, but not in the XENON experiment. In this experiment, it meant we would start on Saturday, and continue working through the weekend. After all, why wouldn't we want to work on the weekend? This was Elena's (the PI from Columbia, and spokeswoman of the Experiment) thinking, and ultimately her decision, taken arbitrarily and without consultation, to everyone else's dismay. Naturally everyone was upset, specially the the grad students that did not work directly for her (like me), as we are not yet used to the complete lack of reasonableness. Fortunately for us, unfortunately for them, her Post-Docs came to a solution: all Post-Docs would work through the weekend, while the grad students would be allowed not to work this weekend (mind you, we had already worked through last weekend). Thus we were freed at last, and hasted into getting the hell out of town before anyone changed their minds. And we made our way into Rome.

I joined with 3 other grad students, Luis (from Coimbra, Portugal), Angel (Mexican, from Yale) and Roman (Texan, from Rice U.) and by bus we reached Rome at 10:30. We headed straight to the Vatican, where we were amazed by the beauty of the huge St. Peter's square and disappointed by the even larger line to enter St. Peter's Basilica. Regardless, we braved it and entered the basilica. It is an enourmous building, and the domes, although famously large, is just a detail in the gigantic structure. Everything is covered in details, paintings, statues. I am no fan of sculpture as an art form, but I was impressed by the amount of work put into the decorations and statues. I was specially impressed with the fluidity of marble "fabric", like the Bernini sculpture of women holding a red marble "mantle" that flowed from a underneath the statue of a pope and covered a flying skeleton (death), all built above and around a door close to the main tomb. Perhaps I would have been more impressed by Michelangelo's Pietà, housed close to the entrance, but it was a small statue and kept far from the public by a plastic wall, which made proper appreciation difficult. Also house in the Basilica were St. Peter's tomb and the body of a pope inside a transparent casket. I couldn't tell who the pope was because the place was devoid of labels and signs for tourists.

From the Basilica we tried to go to the Sistine Chapel, but it was closed (it has a strange and complicated schedule). We decided to leave it for the next time, like we did with going into the Castle of Sant'Angelo, next door to the Vatican. From the Vatican we headed into the Historic Downtown, and just walked around as much as we could. We visited the Piazza Navona, with its 3 fountains, the central one done by Bernini. We ate at a restaurant close to the Pantheon, Opera Cafe, where we ate the "tourist menu", a selection of appetizer, main dish and side dish, plus water and coffe. The food wasn't cheap (12 euros), didn't taste particularly good and came in small portions, so I wouldn't recommend. We visited the Pantheon, the collosal ancient temple of the ancient Gods, where Raphael is buried (on his tomb, the inscription: "Here lies Raphael, by whom the mother of all things [Nature] feared to be overcome whilst he was living, and whilst he was dying, herself to die"). We headed to the Fountain of Trevi, which beautifully blends an ancient temple look with natural-looking "rock formations". Then we headed to the Roman Forum and Coliseum, and we just ended the day walking around the ruins and parks of the Roman Forum and Circus Maximus, until sunset. Afterwards, we went to the Spanish Steps, which was full of young people who seemed to go there to see and be seen. There we rested a little, enjoying the view, and finally we left to the bus station.

Although I list here only a few places and sights, we saw a myriad of beautiful building, statues, fountains, bridges, sculptures and structures everywhere, but it's just so much to detail every single single of even to capture them all in pictures. At some point, you just realize there is too much to take pictures of everything and you decide you are wasting time snapping pictures instead of just enjoying the view. I know this doesn't help, but you really have to see it in person. There is more than just the individual objects that are catalogued in pictures - there are the streets, the views, the angles, the backgrounds, all the different compositions and effects that really require one to just walk around to take the city in. I don't think I have enough experience with cities like this, haven't visited [let's say] Paris, and having only New York, Lisbon and Porto as points of reference; but what strikes me most about it is the sheer volume of history and art all around the city. There is plenty of history and art in Lisbon and Porto (New York pales in comparason, so let's drop it), but not so explicitely and abundantly as I found in Rome. We walked fast through the city and its sights for an entire day, knowing full well that we would only get an "outline" of the city, that we would need several future trips to see it all, but I think we only managed to skim a fraction of its surface. We look at the maps and books and there is still so much more to see and experience...

I think what best prepared me for the experience was the novel "Angels and Demons", by Dan Brown. I especially liked recognizing all the places from the book. The book center on a Harvard professor running around Rome and its touristic attractions trying to stop a plot to destroy the Vatican, and it includes many of the places that I saw: the Pantheon, the Piazza Navona, the Castello Sant'Angelo, and many others. In spite of terrible physics elements it contains (I cringed at its use of anti-matter), it is still a thrilling and fun book, very similar to his other work, "The Da Vinci Code", and I highly recommend the book, specially if you are coming to Rome :)

Now, a note about the pictures. Naturally, I wanted pictures of me in front of the sights, and I asked Roman, and sometimes Luis, to take pictures of me in front of stuff. This was a mistake, because Roman screwed up almost every picture in some way or another. I would have been better off asking strangers to take the pictures. First, it seemed that his focus was on the person and not on the sight, which is pretty stupid because you can take pictures of people anywhere, even at home - the location, the scenery is what matters in trip pictures. You don't have to capture the whole person, from toes to head, a waist or breast to head shot would suffice. With few exceptions, nobody is interested in seeing feet and floors. In most cases, you can safely put the horizon line close to the bottom edge of the picture. Also, the person doesn't need to be at the center of the picture. In fact, it's probably best to put the person to the side (1/3 point), taking as litle space as possible, to try to get as much of the scene as you can. NEVER sacrifice the scene to get the person in! There were a couple of picture that were useless because they failed to actually show the interesting features of the sight, focusing solely at the person. For instance, there is one picture of me (not included in the Album) in front of a highly worked fountain with statues. But because of the way it's framed, you can't actually see it! I mean, you can see I am in front of something made of marble that probably has statues and probably has intricate work, but the person (me) covers the intricate work in the middle of the fountain and the statues, that are on either side, are cut out, so that you can only see part of a leg of one and the head and one arm of the other, completely missing the composition. And there are plenty of other pictures that cut out the bodies of obelisks, nice windows in the buildings, or that simply do not capture the scenery in a meaningful way, like te picture of me in front of the Pantheon, where you can see columns but not the temple (the picture I took of him was much better). Another thing that annoyed me is that the pictures weren't difficult to take - whenever I took the same picture (like of him in front of the Pantheon, not in Album), the angle and framing were much better! Finally, he was insistent on taking vertical pictures even when I asked him to take horizontal pictures, because these come out much better on the computer screen. Anyway, sorry for the rant, but I just went through the pictures and was very disappointed to see so many potentially good pictures of me in Rome wasted because of bad framing.

In spite of the complaints, there are tons of great pictures, and if you feel like seeing them, you can click here for the small album (31 photos) or here for the large one (77 photos). The picture above will take you to the small album.
Posted by Picasa

L'Aquila e Il Castello

The closest city to the village of Paganica, where I am living, is L'Aquila ("The Eagle"), with ~130,000 inhabitants. According to the guidebook Lonely Planet Italy, it's a grey, cold city, and it doesn't seem very recommendable. However, I have just found out that it can be very lively and warm, at least on Saturday nights, when the young people completely fill the streets of the historic downtown and there are huge crowds walking the streets and congregating in front of bars and nightclubs. I had just come back from Rome at 11pm (I will talk about that trip on a future post), and went to meet Peter (my colleague/roommate) and his girlfriend in L'Aquila downtown. There was some people on the streets, but not many, and Peter told me that they had come the day before (Friday night) and the place was pretty dead. We were all surprised when around midnight the place became so full it was hard to walk the streets.

Another nice surprise was the Castle. Built in 1532 atop a hill, on the edge of the historic downtown, the castle is a solid and imposing stone structure. It is very large, blocky, and surrounded by a huge moat that helped enhance it's solid block look. It seemed to have a single entrance, a tall stone bridge over the moat. It's the first time a have seen a castle like that, a fortress with an actual moat and bridge.

See pictures in the Italia Photo Album, by clicking either here or in the picture above.Posted by Picasa